Depois de 25 anos de luta por Justiça, o II Tribunal do Júri condenou a 28 anos de prisão o ex-presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) Gilberto Linhares Teixeira. Ele foi o mandante do assassinato de Edma Rodrigues Valadão e de Marcos Otávio Valadão, que, na época – o crime ocorreu em 20 de setembro de 1999 -, eram, respectivamente, presidentes do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro (SndEnfRJ) e da seção Rio da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn-RJ). Ambos denunciavam publicamente desvios de dinheiro e perseguições por parte dos dirigentes do Cofen e do Coren-RJ.
Quando foi assassinado, o casal estava a caminho da Conferência Estadual de Saúde e foi morto em uma emboscada na Avenida Marechal Rondon. Antes, Marcos Valadão fez um discurso no qual denunciou perseguições, processos e ameaças que ele, Edma e as diretorias da ABEn-RJ e do sindicato vinham sofrendo. Marcos disse ainda que sabia que corria risco de vida, mas que não iria recuar e pediu providência às autoridades. Em 2005, Gilberto Linhares e mais 17 dirigentes nacionais e estaduais foram presos na Operação Predador, do Ministério Público da União (MPU), acusados de formação de quadrilha, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e desvio de aproximadamente R$ 50 milhões.
Os acusados cumpriram pena de cinco anos pelos crimes cometidos. São também réus do assassinato o enfermeiro Wenceslau Caldeira Constantino, que integrou a diretoria do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) na mesma época, e Alfredo Coelho Cavalcanti Filho, agente penitenciário.