Há cerca de duas semanas, o deputado federal Sóstenes Silva Cavalcante (PSD-RJ), através de seu advogado, enviou correspondência ao Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio de Janeiro solicitando retificação da informação dada pelo sindicato de que ele estaria entre os parlamentares fluminenses que votaram sim ao PL 4330 e, portanto, a favor do corte de direitos históricos da classe trabalhadora.
Ameaçando interpelar judicialmente o SindEnfRJ, caso uma manifestação oficial da entidade não fosse divulgada, o deputado esclarecia que votara sim à urgência do projeto, mas que na votação do texto-base seu voto foi não. Mesmo com a retificação da lista já tendo sido providenciada dias antes, o sindicato publicou, na sua página na internet e no facebook, uma nota assinada pela presidente Mônica Armada, enfatizando que o deputado Sóstenes Cavalcante votou em sintonia com os interesses da classe trabalhadora, ou seja, contra o projeto.
Contudo, na votação dos destaques, ocorrida na noite desta quarta-feira, 22 de abril, o deputado votou a favor da emenda que libera a terceirização em todos os setores da economia, decisão que se não for revertida pelo Senado ou vetado pela presidenta Dilma trará enormes prejuízos à classe trabalhadora.
Diante da brutal contradição entre a ameaça de interpelação e o voto contrário ao povo trabalhador poucos dias depois, é impossível não concluir que sua excelência é um tremendo cara de pau.