O déficit de RH nas unidades de saúde da prefeitura do Rio chegou a um ponto insustentável. E quem paga a conta é a população, que fica privada de um atendimento de saúde de qualidade e fica exposta a toda sorte de riscos. Sobra também para os profissionais de enfermagem que são ofendidos por pessoas indignadas com a precariedade do serviço prestado.
Para cobrar soluções para esse grave problema, a presidente do SindEnfRJ, Mônica Armada, e a diretora Beth Guastini se reuniram neste dia 5/6 com o secretário municipal de Saúde, Marco Antonio Matos, a subsecretária Bia Bush e a chefe de RH da secretaria, Patrícia Rauffmann. Para se ter uma ideia da dimensão da defasagem de pessoal, hoje a prefeitura conta com 3.371 enfermeiros, mas precisaria de mais 1.224. E, para suprir a falta de técnicos e auxiliares de enfermagem, mais 2.568 profissionais teriam que ser contratados.
Os representantes da prefeitura reconhecem o déficit, mas alegam que a Lei de Responsabilidade Fiscal e a crise financeira vivida pelo Rio, pelo estado e pelo país impedem novas contratações. Coisa estranha para um prefeito que foi eleito prometendo cuidar as pessoas. As dirigentes sindicais voltaram a defender a realização de concurso público como a única saída para o impasse. Vale lembrar que no último concurso, que perdeu a validade em 2017, sobraram no banco 1.582 profissionais, que, embora aprovados, não foram chamados.
A unidade na qual se verifica o quadro mais preocupante em ternos de falta de enfermeiros é justamente o Hospital Souza Aguiar, principal emergência do município e do estado. Lá trabalham 173 enfermeiros, mas faltam 148. O sindicato vai seguir na luta, pressionado as autoridades e mobilizando a categoria para reverter essa situação, afinal, pela Constituição da República, saúde é direito de todos e dever do estado.