Este dia do trabalhador não é apenas um dia de comemoração. Hoje, vários enfermeiros e enfermeiras estão em seus plantões. Infelizmente, alguns destes profissionais estão submetidos à uma pressão psicológica por causa da violência que toma conta de diversas regiões da cidade. O drama enfrentado pelos profissionais de saúde não é hoje apenas uma questão profissional específica, envolve também a questão da violência.
O caso da UPA, destruída na noite desta segunda-feira, 28, no Largo do Itararé, no complexo de favelas do Alemão, é um exemplo. A unidade ficará fechada por tempo indeterminado, segundo foi divulgado pelo governo do estado. A UPA era o posto de saúde da comunidade, que funcionava em um contêiner de dois andares, e foi totalmente depredada e saqueada por cerca de 70 vândalos, num grave atentado contra os interesses da população do local. As autoridades de saúde e de de segurança têm o dever de garantir que as condições de trabalho dos profissionais sejam adequadas.
A insegurança vivida hoje por quem atua na ponta, na base, em áreas onde a violência é uma realidade cotidiana, mesmo quando existe uma UPP, deve ter uma reação enérgica. O Sindicato dos Enfermeiros vai cobrar das autoridades de segurança e de saúde, a partir desse episódio que ganhou destaque na mídia, que nós, enfermeiros, tenhamos condições mínimas de exercer nossa profissão com dignidade e segurança.
Estamos oficiando as autoridades e também vamos marcar uma audiência com os representantes das duas secretarias cobrando um plano de ação, neste momento em que, até mesmo as áreas que chamam de “pacificadas”, também começam a oferecer riscos a quem atua nelas em defesa da saúde da população.