A direção do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro (SindEnfRJ) está preparando denúncia para ser encaminhada ao Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a obrigatoriedade de profissionais de saúde do estado lotados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mesquita usarem jalecos com chips eletrônicos. A medida é uma violência contra os trabalhadores e caraceteriza assédio moral. E, mais uma vez, demonstra o desprezo do governador Sérgio Cabral e de seu secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, pelos servidores estaduais e por todos os trabalhadores.
Para justificar o injustificável, o estado elenca uma série de razões, mas todos nós sabemos que o uso do chip tem apenas dois objetivos: controlar a frequência e humilhar os profissionais. E isso não pode ser aceito em uma sociedade democrática, na qual o respeito à intregridade e à privacidade das pessoas deve ser um imperativo.
Há muitas formas de controlar a frequência de trabalhadores, como, por exemplo, o ponto eletrônico. E nenhuma entidade representativa de trabalhadores é contra elas. Mas não podemos admitir uma que fere a privacidade e a dignidade das pessoas. Por isso, vamos denunciar o caso ao Ministério Público do Trabalho e recorrer a todas as instâncias da Justiça para impedir esse absurdo, pois sabemos que, se não reagirmos já, o mau exemplo se repeitirá em todas as unidades de saúde do estado. E nós não admitiremos que os enfermeiros do Rio de Janeiro sejam tratados com gado, marcados e com um sino no pescoço.