Prefeitura e Câmara têm que negociar, jamais solicitar ou permitir repressão a trabalhadores
A noite do último sábado (28/9) não foi de festa e alegria no Rio de Janeiro, como de costume. Isso porque professores e servidores da educação do município, que fazem greve por condições de trabalho e salários dignos há quase dois meses, foram retirados de forma truculenta e violenta pela Polícia Militar da Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, onde faziam protesto desde quinta-feira (26/9) contra o projeto do plano de carreira enviado pela prefeitura para votação dos parlamentares.
Argumentando que a proposta do executivo só beneficia uma pequena parcela da categoria, os profissionais da educação exigem a retirada do regime de urgência do projeto para que os pontos discordantes sejam debatidos amplamente com a categoria e a sociedade. Portanto, trata-se de um movimento democrático, que preza pelo diálogo e a negociação. Não se pode dizer o mesmo da PM e das autoridades do executivo e do legislativo que solicitam ou permitem a repressão e a violência policial contra trabalhadores em greves, manifestações ou qualquer circunstância.
Vale lembrar que nós, enfermeiros, também lutamos por plano de carreira, pois consideramos que somente com a estabilidade garantida pelo regime estatutário e a valorização profissional possibilitada por um plano de carreira é que teremos serviços públicos de qualidade. Mas, evidentemente, não pode ser qualquer plano. O executivo e o legislativo têm que ouvir e negociar com os servidores para que os planos de carreiras beneficiem os trabalhadores e a população, que anseia por mais qualidade nos serviços públicos, como ficou provado nas recentes manifestações de rua.