O jornal O Dia, na edição desta segunda-feira, 20 de outubro, publica matéria denunciando a falta de enfermeiros no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias, no qual morreu na semana passada um bebê prematuro preso ao cordão umbilical.
A reportagem dá enorme destaque às faltas ao trabalho de enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, mas dedica apenas o último parágrafo para tocar no ponto essencial : ” Os profissionais reclamam também das escalas, com 12 horas de serviço por 36 de descanso. Antes do regime das OSs, o esquema era de 24 horas de trabalho por 120 de repouso.”
Um enfermeiro que não quis se identificar para o jornal diz que “ninguém aguenta mais e quem vai trabalhar acaba sobrecarregado.”.
Desde que as administrações de unidades de saúde do estado foram entregues a essas Organizações Sociais, esses e muitos outros problemas se tornaram rotina na área do serviço público estadual de saúde.
O nosso sindicato sempre se colocou contra as terceirizações justamente porque entende que serviço público de qualidade só pode ser prestado por servidores públicos concursados, devidamente preparados e valorizados profissionalmente.
Lamentavelmente, as OSs foram disseminadas no atual governo do estado a partir do entendimento equivocado e contrário ao interesse público segundo o qual a saúde precisa de mais agilidade e um novo marco legal para funcionar melhor. A realidade, no entanto, desmente dia após dia essa falácia.