Por Brasil de Fato
Na última segunda-feira (20), após reunião com representantes de escolas particulares, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), anunciou à imprensa a autorização para que as instituições voltem às atividades presenciais. Segundo Crivella, as escolas privadas do município poderão retornar o funcionamento, de forma voluntária, a partir do próximo dia 3 de agosto.
De acordo com a prefeitura, durante o encontro, representantes da Associação de Creches e Escolas Particulares (Acep) e da Associação de Escolas Particulares (Aspep-RJ) manifestaram a intenção de retomar as aulas, mas respeitando a vontade de professores, funcionários e pais dos alunos, sob as regras definidas pela Vigilância Sanitária no mês passado.
A informação ainda não foi divulgada nos canais oficiais da Prefeitura do Rio. Segundo a assessoria, o anúncio oficial com as datas será feito nesta semana.
Já as aulas na rede pública de ensino ainda não têm data para voltar. Segundo informação publicada pelo jornal Extra, a Prefeitura do Rio já admite a possibilidade de parte dos 650 mil alunos de sua rede só retornar às escolas em 2021.
Pesquisadores são contra
No mesmo dia em que os representantes das escolas particulares se reuniram com Crivella, pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgaram um documento atualizado em que apontam a autorização para retorno das aulas presenciais como prematura.
O levantamento relembra outros países, como Espanha, França e Holanda onde escolas precisaram ser fechadas após a reabertura, e traça um panorama onde a situação do município do Rio ainda é considerada grave. No estado, a taxa de contágio aparece em 1,29 — o ideal é estar abaixo de 0,5.
“Os dados do Brasil parecem indicar uma pandemia ainda fora do controle e, mesmo dentro do município do Rio onde os dados apresentam queda desde maio de 2020, se compararmos com outros países países, parece prematuro pensar em uma reabertura neste momento. Cabe lembrar que os dados confirmados no Brasil são baseados em gravidade porque a maior parte da testagem é feita nos casos graves, diferente de países onde há uma maior taxa de testagem”, aponta o relatório.
Ainda de acordo com o texto, o município do Rio de Janeiro precisa garantir que as escolas públicas e privadas apresentem seus planos específicos para abertura e a construção de diretrizes e protocolos rígidos para monitoramento e controle de casos, atenção redobrada para os alunos especiais e política de abordagem psicossocial e saúde mental