O prefeito que prometeu “cuidar das pessoas” já demitiu em massa na área da saúde e sequer paga o salários dos trabalhadores com regularidade. Pelo conjunto da obra, vai consolidando sua imagem de inimigo da saúde. Mas, como de onde menos se espera é que não vem nada mesmo, Crivella anunciou agora sua intenção de criar o teleatendimento médico em áreas de risco da cidade do Rio de Janeiro. Seria cômico se não fosse trágico.
A ideia de jerico é a seguinte : como há dificuldades de contratação de médicos para trabalhar em áreas de altos índices de criminalidade, o prefeito quer solucionar o problema através do atendimento remoto. Além de consequências trágicas para a saúde da população, a proposta do prefeito é profundamente discriminatória.
É que ele só enxerga riscos para os médicos, uma vez que prevê equipes presenciais nessas áreas formadas por atendentes, enfermeiros e técnicos. Quer dizer, então, que esses trabalhadores não estão ameaçados em regiões conflagradas ? Para Crivella, então, a vida dos médicos vale mais do que a desses profissionais?
A medicina online pretendida por Crivella já foi condenada inclusive pelo Cremerj, que em nota chama a atenção para a ineficácia da medicina exercida à distância.
Dificilmente um projeto tão estapafúrdio como esse tem chances de prosperar, pois viola as mais elementares normas de prestação de serviços de saúde. Provavelmente seria barrada na justiça. Mas, como vivemos tempos estranhos, os enfermeiros devem estar atentos e vigilantes, prontos para rejeitar medidas flagrantemente desrespeitosas à categoria. O SindEnfRj vai às últimas consequências na luta para impedir a consumação dessa barbaridade.