É com grande apreensão que a sociedade carioca e fluminense acompanha a agonia da Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro, abandonada à própria sorte pelo governo do estado.
Outrora respeitada pelos seus cursos de excelência, hoje a universidade carece das mínimas condições de funcionamento devido à suspensão de serviços essenciais de infraestrutura e logística a cargo de empresas que deixaram de prestá-los porque o Executivo há muito suspendeu seus pagamentos.
Mesmo com os salários atrasados, professores e funcionários, de forma heroica, ainda conseguem pôr em funcionamento alguns cursos de pós- graduação e o Hospital Pedro Ernesto. Esses profissionais, entre os quais se incluem os nossos colegas enfermeiros do hospital, estão de parabéns pelo espírito público.
Contudo, em vez de reconhecer essa abnegação, o governador Pezão ameaça cortar em 30% os salários dos professores da Uerj, alegando que eles estão em “greve”, o que é mentira, uma vez que eles estão impossibilitados de trabalhar exatamente porque o estado não cumpre sua obrigação de dotar a universidade das condições mínimas de funcionamento.
Essa proposta, embora vil e desrespeitosa com quem já enfrenta o drama dos salários atrasados, reflete com fidelidade a natureza do governo Pezão. Um governo visceralmente marcado por um nível de corrupção e incompetência que arruinou o Rio.
O Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro expressa sua solidariedade e seu apoio à luta dos servidores, professores e alunos da Uerj, extensiva a todo o funcionalismo do estado, igualmente penalizado por uma gestão catastrófica em termos administrativos e, sobretudo, desumana.
Rio de Janeiro, 10 de abril de 2017.
Direção do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro