A população assiste estarrecida ao negacionismo do governo federal em relação à pandemia do novo coronavírus, a maior tragédia de saúde pública dos últimos 100 anos, que já ceifou a vida de 180 mil pessoas em nosso país.
Incapaz de elaborar, coordenar e liderar um política de enfrentamento à pandemia, o presidente Bolsonaro insiste em confrontar com suas falas e ações as recomendações de profissionais de saúde, cientistas e da própria OMS.
Agora, quando desponta no horizonte a possibilidade concreta de o mundo se ver livre do vírus assassino, o Ministério da Saúde é incapaz de apresentar à nação um plano nacional de vacinação que possa acender a esperança no coração das pessoas.
Como enfermeiros, postados na linha de frente desta batalha pela vida desde que o coronavírus começou a se alastrar pelo Brasil, o que fez com que muitos de nós pagassem com a própria vida, fazemos questão de dizer em alto e bom som: exigimos a vacinação imediata, ampla e irrestrita de toda a população brasileira.
O Brasil tem vasta experiência em campanhas de imunização em massa, com estrutura, pessoal qualificado e logística reconhecidos em todo o mundo. Mas precisa urgentemente que o governo deixe a necropolítica de lado e atue efetivamente para proteger a saúde das pessoas e salvar vidas.
Deixando a modéstia de lado, achamos que o título de heróis da pandemia que foi conferido à nossa categoria pela sociedade nos dá autoridade moral para fazermos essa cobrança.
Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2020
Direção do Sindicato dos Enfermeiros do Rio