Em qualquer área de atividade profissional, seja ela pública ou privada, sempre que são violados princípios democráticos e ignorados critérios pautados pela racionalidade e o bom senso, o prejuízo na prestação do serviço é certo. E na enfermagem não é diferente.
Por isso, o SindEnfRJ vê com grande preocupação os episódios decorrentes da aposentadoria do enfermeiro chefe da emergência do Hospital de Bonsucesso. Diante da saída deste profissional, a coordenação de enfermagem indicou para ocupar o cargo uma enfermeira que já trabalhava na emergência, estava plenamente integrada à complexidade do setor, além de capacitada para cumprir as exigências que esse tipo de função requer.
A diretora geral da unidade, Luana Camargo da Silva, no entanto, indicou outra profissional para o cargo, alegando que a chefia do serviço de emergência é função comissionada de estrita confiança da direção. A diretora foi além, considerando que a indicada pela coordenação de enfermagem não representa os objetivos da atual direção.
Aí vem o mais grave: ao “vender seu peixe” dizendo que a direção da unidade vem se esforçando para garantir o funcionamento adequado da emergência, chegou ao despropósito de culpar os servidores quando apontou como causa de todas os males o não alinhamento entre os objetivos da direção e a enfermagem da emergência.
É de domínio público que a falta de profissionais e de insumos é o verdadeiro nó a impedir que a emergência preste um atendimento de saúde decente à população. Não é a toa que essas carências já foram objeto de incontáveis matérias da imprensa. Igualmente é de conhecimento geral a incapacidade da atual gestão de dar respostas a esses problemas.
Entendemos que não serão com decisões que ferem a autonomia da coordenação da enfermagem e tampouco com ataques infundados aos servidores que o Hospital de Bonsucesso poderá melhorar a qualidade do seu atendimento de saúde.
Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 2019
Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro