Os homens são o principal alvo das manifestações que comemoram hoje o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A data foi instituída em junho de 2007, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de conscientizar o sexo masculino sobre a importância de se respeitar os direitos da mulher.
A data de 6 de dezembro foi escolhida para lembrar uma das maiores tragédias sofridas por mulheres defensoras de seus próprios direitos. Nesse dia, em 1989, Marc Lépine invadiu uma escola politécnica de Montreal, no Canadá, matou a tiros 14 alunas e feriu outras 13, no episódio que ficou conhecido como Massacre de Mulheres de Montreal. Ao ser preso, o assassino declarou que odiava feministas.
Para marcar o dia, haverá programação especial na Câmara dos Deputados, em Brasília, preparada pela bancada feminina da Casa. A partir das 18h, serão realizados os debates “A Questão Étnica no Ano Afrodescendente”, com a ministra Luiza Bairros, da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial; “A Contribuição do Judiciário na Promoção da Igualdade de Gênero”, com a ministra Carmem Lúcia Antunes Rocha, do Supremo Tribunal Federal (STF); a “Saúde da Mulher e a Obstetrícia”, com representantes da Faculdade de Obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP).
Antes dos debates, será feita uma homenagem à memória da deputada alagoana Ceci Cunha, assassinada no dia 16 de dezembro de 1998. Até hoje, os acusados, entre eles Pedro Talvane Albuquerque, que era o suplente de Ceci na Câmara, não foram julgados.
O caso da deputada é considerado emblemático por mostrar que, apesar dos muitos avanços na defesa dos direitos das mulheres, como a Lei Maria da Penha, que pune com mais rigor os agressores, muito ainda há para se fazer. E, mais importante que punir quem agride as mulheres, é viver numa sociedade em que elas sejam respeitadas em sua plenitude e não sejam mais vítimas de agressões físicas e morais ou outros tipos de violência.