Em pleno ano eleitoral, o prefeito Crivella criou um trem da alegria, que pode, se aprovado, fortalecer seu caixa eleitoral com cerca de R$ 100 milhões. E quem vai pagar a conta são os contribuintes cariocas e os servidores. Através do PLC 146, o governo pretende transformar em estatutários 247 dos 2.440 empregados da Comlurb.
Esses 247 trabalhadores têm menos de 75 anos, ingressaram na empresa antes de 1988 e recebem acima do teto do INSS. Só um detalhe: esse contingente nunca contribuiu para o fundo de aposentadoria dos servidores, o Funprevi, e se aposentarão mesmo assim.
A propósito, o Funprevi, cujo rombo já chega a a R$ 30 bilhões, será ainda mais sangrado se os vereadores aprovarem o projeto, que acarretará um prejuízo ao cofres municipais entre R$ 400 e R$ 600 milhões ao longo dos próximos anos.
O Sindicato dos Enfermeiros vem participando ativamente das mobilizações do Movimento Unificado em Defesa do Serviço Público Municipal do Rio de Janeiro, articulação da qual faz parte, para barrar o PLC 146, que deixou de tramitar em regime de urgência nesta quinta-feira (5), mas volta à tramitação normal na semana que vem. A luta continua. São as aposentadorias dos servidores que estão em jogo.