Circulam informações dando conta de que, além do incêndio do Hemorio, ocorrido dia 1 de junho passado, outro motivo tem contribuído para descentralização da sorologia : a empresa que fornece insumos para a instituição está com os pagamentos atrasados, o que tem afetado a prestação deste serviço.Isso vem gerando um atraso prejudicial ao paciente, uma vez que a validade da plaqueta é de cinco dias.
Há mais de 10 anos os bancos de sangue públicos concentram sua sorologia no Hemorio. Através inicialmente do procedimento convencional detectava-se HIV, sífilis, hepatites B e C, HTLV e doença de Chagas. Depois que o NAT, o exame feito através da tecnologia molecular, passou a se obrigatório por meio da RDC 51 de 7/11/2013 os hospitais foram obrigados a concentrar seus testes sorológicos no Hemorio.
Cabe lembrar que o NAT detecta o ácido nucleico do vírus HIV e das hepatites B e C, reduzindo em média de 35 para 12 dias a janela imunológica (tempo em que o vírus permanece indetectável) no caso da hepatite C e de 22 dias para dez dias, no caso do HIV. As metodologias não são, porém, conflitantes, mas sim complementares.
Depois do incêndio no Hemorio, o plano de contingência do NAT passou a ser posto em prática com o envio do material para Minas Gerais. O problema é que a outra modalidade de teste de sorologia não tem plano de contingência, provocando atrasos que afetam os pacientes. O Hospital de Bonsucesso, por exemplo, segundo relatos de funcionários, recebeu ofício do Ministério da Saúde, no último dia 24, determinando que as amostras sejam enviados para o Hospital dos Servidores do Estado.
O SindEnfRJ, ciente dos prejuízos para a saúde da população que a atual situação pode causar, especialmente porque envolve patologias cuja rapidez do diagnóstico é fundamental para seu tratamento eficaz, seguirá pressionando e cobrando das autoridades uma solução para o problema.