Incompetência e descaso : prefeitura do Rio confessa que salários atrasarão todos os meses; trabalhadores que paguem a conta

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A fala do procurador da prefeitura durante a audiência do dissídio de greve dos trabalhadores das OS, realizada nesta quinta-feira, 10/10, no TRT, é um retrato sem retoques da bagunça administrativa que assola a prefeitura do Rio, cujo gestor é ninguém menos do que aquele político que em campanha prometeu “cuidar das pessoas.” O representante do prefeito na audiência, depois daquele “Enrolando Lero” tradicional sobre as dificuldades orçamentárias do Executivo, etc, foi claro : “Os atrasos salariais vão acontecer todos os meses, pois o dinheiro para a saúde já acabou. Aí é preciso fazer um remanejamento orçamentário, ou seja, aquela história do cobertor curto.” 

Trocando em miúdos : os trabalhadores que se danem e padeçam todos os meses com atrasos salariais e dos benefícios. Rebatendo o discurso da representante da OS Viva Rio, a diretora do Sindicato dos Enfermeiros, Líbia Beluscci, chamou os presentes à realidade : “É impressionante ouvir a Viva Rio cheia de razão prometer o pagamento do mês de agosto, mas nós estamos em outubro. É um absurdo o que os trabalhadores estão passando. Isso precisa ter fim. Nós estamos sendo coagidos dentro das unidades pelos gerentes. Nesse autêntico assédio moral, eles pressionam os grevistas ameaçando com falta e de não recontratação.”

Depois da cobrança feita pelo sindicato, o Ministério Público e o TRT enfatizaram que estão vedados quaisquer tipos de assédio aos trabalhadores em greve. Em outra discussão importante ocorrida na audiência, o sindicato lutou para manter trabalhando 30% do efetivo, pois os enfermeiros não estão tendo dinheiro para colocar gasolina no carro para ir trabalhar nem para preparar suas marmitas.

No entanto, como as OS reivindicaram que esse quantitativo aumentasse para 50%, o TRT e o MP mediaram um acordo que prevê 40% trabalhando, devido à grande importância do serviço essencial que os enfermeiros prestam à população. Líbia, porém, deixou claro que essa não é uma preocupação do prefeito. Se fosse, ele determinaria que todo o setor de contabilidade e finanças se empenhasse na busca de uma solução para o grave problema, remanejando valores e efetuando o pagamento dos trabalhadores. 

A próxima audiência do dissídio no TRT está marcada para a próximo dia 17/10, às 14h, na qual a presença do maior número possível de enfermeiros é fundamental.

Além da diretora Líbia, também compareceu à audiência de ontem o advogado Caio, da assessoria jurídica do SindEnfRJ.