Mônica Armada (esquerda) e Darby Igayara se reuniram com os enfermeiros no Hospital dos Servidores | Os enfermeiros do CTI e as direções do SindEnfRJ e da da CUT-Rio estão unidos contra a limitação das APH |
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro (SindEnfRJ), a secretária de Imprensa e Comunicação da entidade, Cléria de Carvalho Pereira, e o presidente regional da Central Única dos Trabalhadores no Rio de Janeiro (CUT-RJ), Darby Igayara, se reuniram na manhã de quarta-feira com enfermeiros que trabalham no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital dos Servidores do Estado (HSE) para discutir os problemas que serão causados se for mantida a ameaça de proibir que profissionais com acúmulo de cargo continuem, a partir de janeiro, a fazer Adicional de Plantão Hospitalar (APH). O mais grave será a redução do número de profissionais trabalhando no CTI e, consequentemente, a qualidade do serviço oferecido.
Na reunião com os enfermeiros, as direções do SindEnfRJ e da CUT-Rio deixaram claro que não aceitam a suspensão dos APH e os riscos que isso causa a população. As duas entidades decidiram, com apoio da categoria, levar o assunto ao governo federal, para informar a gravidade da questão e os riscos para a população que precisa de atendimento no CTI.
Segundo Darby Igayara, a proibição do APH é mais uma forma de pressão dos ministérios do Planejamento e da Saúde contra o acúmulo de cargos pelos enfermeiros, apesar de esse ser um direito garantido pela Constituição. Com isso, tentam forçar os enfermeiros que têm duas matrículas, conquistadas em concursos públicos e legítimos, a optar por uma delas. “O objetivo final é impedir que esses profissionais recebam duas aposentadorias”.
Assim, diz Mônica Armada, os ministérios do Planejamento e da Saúde estão colocando a tentativa de reduzir gastos com aposentadoria acima da saúde da população. Além disso, lembra ela, a proibição de APH desrespeita o decreto 7186, de 27 de maio de 2010, que regulamentou o Adicional e em nenhum momento limitou a participação dos profissionais com duplo vínculo.
No caso específico do HSE, a situação é mais grave porque a ocupação dos leitos do CTI é sempre de 100% e, segundo informações da própria unidade, aproximadamente 40% dos enfermeiros do Centro estão afastados, por licença ou férias. Por isso, não há como reduzir APH sem comprometer o atendimento, já que o serviço no CTI, por sua complexidade, exige profissionais especializados e experientes, que não podem ser substituídos facilmente.
As duas entidades vão lutar até o fim para impedir que seja confirmada essa ameaça. “Não podemos aceitar que o direito dos enfermeiros seja desrespeitado e que a vida dos que precisam de tratamento intensivo seja colocada em risco”, disse Mônica Armada