A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou nesta quinta-feira (9/2) o projeto de lei 1.185/12, do Poder Executivo, que reajusta o piso regional de salários em 14,13%. A votação se deu a toque de caixa, uma vez que a previsão era de que a matéria fosse apreciada apenas na terça-feira (14/2).
A pressa pode ser explicada pela decisão do governador Sérgio Cabral e de sua ampla maioria parlamentar de ignorar as perdas acumuladas pelo piso desde que ele foi criado no ano 2000, bem como o prejuízo que mais de 2 milhões de trabalhadores e trabalhadoras terão com o expurgo do mês de janeiro. O texto aprovado estabelece que os novos pisos terão efeito a partir de 1º de fevereiro e não 1º de janeiro, como cobrava a representação dos trabalhadores.
Infelizmente, o governador Sérgio Cabral mostrou-se insensível às reivindicações da classe trabalhadora do estado, responsável pelo dinamismo da economia fluminense e por todas as riquezas usufruídas pela sociedade. Para se ter uma ideia da forma excludente como o governador conduziu as negociações, em nenhum momento ele recebeu a bancada dos trabalhadores, preferindo ouvir apenas os argumentos dos patrões, que exerceram forte influência na definição da mensagem enviada ao Legislativo.
Não menos lamentável foi a posição adotada pela grande maioria dos deputados. Alheios aos interesses da enorme parcela do eleitorado formada pelos trabalhadores, esses parlamentares se renderam sem maiores discussões à lógica patronal e à questões de poder, não permitindo sequer que a discussão avançasse e que os argumentos em defesa de um reajuste maior tivessem, ao menos, mais espaço na agenda do Legislativo.
A Central Única dos Trabalhadores, porém, já estuda formas de questionar na Justiça a eliminação do mês de janeiro da base de cálculo do piso.
Fonte: Imprensa CUT-RJ