A data em que todo o planeta celebra o Dia Mundial da Saúde é marcada, no caso brasileiro, pela maior tragédia sanitária de todos os tempos, com o número de mortes por covid-19 já ultrapassando o número inaceitável de 4 mil em 24 horas.
Os enfermeiros estão entre os profissionais de saúde que mais perderam vidas atuando na linha de frente do combate ao coronavírus, muitas vezes sem equipamento adequado, salário em dia e falta de leitos, medicamentos e insumos.
Temos autoridade, portanto, para nos somarmos às denúncias feitas pela sociedade sobre as responsabilidades pelo morticínio que se abate sobre a nossa gente.
Está claro que se tivéssemos um governo federal que não se pautasse pelo negacionismo, que investisse na compra de vacinas no tempo certo, que não fizesse pouco caso da doença e da morte alheias e que liderasse um mutirão nacional de enfrentamento da pandemia, não estaríamos neste momento chorando mais de 330 mil vidas perdidas.
Mas não podemos no dia de hoje deixar de valorizar e enaltecer o nosso SUS, o maior sistema de saúde pública do mundo, tão desprezado e espezinhado por tantos governantes. Sem ele, certamente o quadro seria ainda mais dramático e sombrio.
Nós enfermeiros, que cuidamos das pessoas quando elas estão mais vulneráveis e desempenhamos um papel essencial na sociedade, saudamos especialmente no Dia Mundial da Saúde todos os colegas e demais profissionais de saúde que se desdobram, contra todas as adversidades, para honrar a profissão, nem que seja com o sacrifício da saúde e da própria vida.
Rio de Janeiro, 7 de abril de 2021
Mônica Carris Armada
Presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio