Diante da perplexidade causada pela informação de que um lote contendo 600 doses da vacina coronavac estocado no Hospital de Bonsucesso pode ter se deteriorado, pois os imunizantes ficaram expostos a uma temperatura superior à recomendável, que é de dois a oito graus, surge a pergunta óbvia: e o plano de contingência?
Uma vez que houve uma queda de energia na noite de domingo e que o gerador não funcionou, bastava que um plano de contingência previsse a presença de um servidor monitorando o processo para preservar um insumo tão valioso, capaz de salvar vidas.
Todos os procedimentos importantes e que não podem ser interrompidos nas unidades hospitalares contam com planos de contingência para suprir eventuais falhas e panes.
Mas isso existia no Hospital de Bonsucesso para resguardar as vacinas? E se existia por que não funcionou?
O problema aconteceu no laboratório do prédio 5. Mas um procedimento da direção do hospital adotado recentemente levanta a suspeita de que os gerador da unidade estava com problemas. Trata-se do aluguel de dois geradores portáteis que foram instalados no prédio 2, em frente ao prédio 1, que está em obras desde o incêndio.
A possível perda das vacinas, que no momento foram postas em uma câmara fria no HGB , para na sequência serem remetidas para o Instituto Butantan, que avaliará a viabilidade de sua utilização, provocou a exoneração do diretor do hospital, Edson Santana, publicada no Diário Oficial desta quinta-feira(27).
É provável que a decisão do Butantan seja o não aproveitamento das vacinas, para evitar o risco de pessoas se sentirem falsamente imunizadas, ou a realização de testes com todos que tiverem contato com elas.