Como entidade representativa de uma categoria de trabalhadores que combate na linha de frente a pandemia do coronavírus, o que ceifou a vida de muitos dos nossos, não poderíamos nos calar diante de mais uma atentado à saúde e à vida dos brasileiros contida na Medida Provisória sobre as vacinas anunciada nesta quinta-feira (7) pelo Ministério da Saúde.
Por razões meramente politiqueiras, Bolsonaro pretende impedir com a MP que estados e municípios vacinem as pessoas antes do governo federal.
Vale lembrar que o presidente da República o tempo todo desdenhou de uma doença que já matou mais de 200 mil pessoas em nosso país, ofendendo a memória das vítimas ao tratar a pandemia assassina como uma “gripezinha”, ou dizendo “não sou coveiro” e “somos um país de maricas”, além de incentivar e participar de aglomerações, em afronta criminosa à ciência.
Como adota a posição medieval de ser contrário à vacina, Bolsonaro agora quer punir estados e municípios que tomaram iniciativas louváveis visando a vacinação. Isso porque sua MP determina que a imunização ocorra de forma simultânea em todo o país e não permite planos estaduais e municipais.
O absurdo dessa decisão é agravado pelo fato estarrecedor de que o governo federal além de não ter vacina (50 países já deram início à imunização), sequer dispõe de insumos como seringas em quantidade suficiente. Data certa para começar a campanha de imunização? Nem pensar.
O Sindicato dos Enfermeiros não poupará esforços juntos aos deputados federais, para que essa MP seja rejeitada.
Vacina já e para todos.
Rio de Janeiro, 8 de janeiro de 2021.
Direção do Sindicato dos Enfermeiros do Rio.