Cercados de todos os cuidados, com máscaras e aventais e guardando um boa distância entre si, enfermeiros atenderam ao chamado do SindEnfRJ e ocuparam no fim da tarde desta terça-feira, 12 de maio, Dia do Enfermeiro, as escadarias da Alerj.
Os profissionais presentes seguravam uma cruz, para lembrar os 28 colegas do estado do Rio de Janeiro que morreram na linha de frente da luta contra a covid-19. O local foi tomado por faixas denunciando as mortes na categoria, cobrando piso salarial nacional e aposentadoria especial e parabenizando os enfermeiros que “deixam seus medos em casa” para zelar pelos pacientes contaminados pelo coronavírus.
– Bem antes da pandemia já vimos denunciando um sistema de saúde desestruturado e sucateado. O subfinanciamento do SUS é um problema que se arrasta há tempos. Estamos assistindo a falta de respiradores e de leitos. Está em curso uma política genocida que não cuida da saúde do trabalhador e da população. Hoje homenageamos os colegas que tombaram e perderam a guerra contra o coronavírus. Mas também exigimos valorização profissional, com as 30 horas semanais, piso salarial nacional e aposentadoria especial. A gente não suporta mais – disse Mônica Armada, presidente do SindEnfRJ.
Antes que os manifestantes soltassem dezenas de balões brancos, saudados por um salva de palmas, simbolizando os profissionais de enfermagem que perderam a vida no combate à covid-19, a diretora do sindicato Líbia Bellusci lembrou que o dia era de luto e luta. Luto pelos que se foram e luta por valorização profissional: “O reconhecimento da sociedade é importante, mas nós não queremos só aplausos. Os enfermeiros precisam ser lembrados também com o atendimento das 30 horas, a aposentadoria especial e o piso salarial nacional. E devem ser lembrados ainda na hora que o judiciário cassa uma liminar obtida pelo sindicato para garantir ao trabalho não presencial por parte dos colegas integrantes do grupo de risco.”