Por Rede Brasil Atual
Até quarta-feira (6), de acordo com o Diário Oficial da União, o ministro da Saúde, Nelson Teich, já havia nomeado cinco militares para cargos de coordenação e direção. Mas, levantamento do O Globo, divulgado nesta segunda-feira (11), aponta, ao todo, para pelo menos sete indicações com origem militar, além de exonerações de técnicos do órgão e uma série de cargos ainda sem substitutos nomeados.
Teich assumiu o ministério em 17 de abril, após a demissão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Logo depois da escolha de Pazuello, o ministro indicou para chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Maranhão, o tenente-coronel Alberto José Braga Goulart. Na primeira semana deste mês – entre a nova leva de cinco militares que assumiram cargos – está o tenente coronel Marcelo Blanco Duarte, nomeado assessor no Departamento de Logística. O tenente substitui Adriana Maria Pinhate, servidora que era efetiva desde 2012, segundo a reportagem.
Atrasando os processos
Na edição do Jornal Brasil Atual desta segunda, a presidenta do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes), Lucia Souto, médica sanitarista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), criticou as mudanças em meio a pandemia do novo coronavírus, que já matou mais 11 mil pessoas no país.
“Não é porque são militares. É que são pessoas que nunca tiveram um contato com a saúde pública, que não têm a menor ideia do que se trata. E, nesse momento, a liderança do Ministério da Saúde é indispensável”, destacou à Rádio Brasil Atual.
De acordo com O Globo, a militarização do órgão também vem provocando conflitos internamente. Servidores se queixam que a chegada dos militares tem causado demora na resolução de processos que estavam em andamento. Além disso, cargos como a Assessoria de Assuntos Internacionais do ministério ainda estão vagos em meio a maior crise sanitária dos últimos 102 anos.
O ministro, contudo, vem minimizando que as indicações não são definitivas. E que os servidores de carreira voltarão para os seus cargos quando a situação voltar à normalidade