A OMS reconheceu oficialmente a pandemia global do coronavírus. No Brasil, é forte a tendência de que a propagação da infecção aumente de forma exponencial nos próximos dias e semanas. Podemos estar às portas de uma crise sanitária sem precedentes no último século.
E a experiência recente de países com grande incidência do vírus COViD-19, como China e Itália, mostra o quanto os profissionais de enfermagem estão expostos ao risco de contaminação ao cuidar dos pacientes. O contato com secreções e excrementos humanos têm se revelado altamente contagioso.
Por isso, o sindicato encaminhou nesta sexta-feira (13) ofício às autoridades de saúde das três esferas de governo (Bia Bush -secretária municipal; Edmar Santos – secretário municipal; Marcelo Lambert – diretor de Programa do Ministério da Saúde/RJ) cobrando providências urgentes para a proteção dos enfermeiros. O ofício também será encaminhado ao sistema privado de saúde do Rio.
No documento, enfatizamos a importância da disponibilização imediata a todos os profissionais de saúde dos EPI’s, tais como luvas, capote, máscaras cirúrgicas, óculos, gorro e máscaras N95/PFF2, além álcool gel e sabão para a desinfecção das mãos. E não há tempo a perder. Essas providências precisam ser tomadas com máxima urgência, para impedir que os profissionais que trabalham na ponta do atendimento da população sejam contaminados.
A falta de insumos é um problema na rede pública de saúde do Rio que já denunciamos há tempos. Em diversas oportunidades, cobramos das três esferas de governo que fossem tomadas as medidas cabíveis. Praticamente nada foi feito. E a aprovação da emenda 95, que congelou os gastos sociais, tornou a situação ainda mais grave. Para atravessar a tormenta, mais do que nunca, temos que fortalecer o Sistema Único de Saúde e combater as políticas de cortes de gastos sociais.
Rio de Janeiro, 13 de março de 2020
Mônica Armada – presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio