Seria cômico se não fosse trágico. E põe trágico nisso. Com milhares de servidores ativos, inativos e pensionistas com salário atrasado (muitos amargando o parcelamento), além de pagamentos suspensos a fornecedores e prestadores de serviço (o que traz graves prejuízos à qualidade dos serviços à públicos), o governador em exercício Francisco Dornelles assinou esta semana 14 decretos de isenções fiscais, beneficiando 10 empresas.
As empresas são dos setores de distribuição, beleza, cosméticos, alimentos e bebidas. Não cabe na cabeça de ninguém que um estado que precisa mais do nunca aumentar a arrecadação, em pleno estado de calamidade e prestes à decretar falência, possa abrir mão de recursos.
A justificativa do governo é que a medida ajudar a atrair investimentos e a criar empregos. Se isso fosse verdade, as inúmeras e bilionárias concessões decretadas pelo governo desde o início de 2015 teriam transformado o Rio no campeão de investimentos e na terra do pleno emprego. O resultado foi o oposto disso. Menos investimentos e crise aguda na geração de empregos.
Essas medidas estranhas dão margem, na verdade, a suspeitas de que essas empresas estão recebendo a contrapartida por contribuições à campanha eleitoral de 2014 do partido que governa, e faliu, o Estado do Rio de Janeiro, o PMDB.