Não faltava mais nada. A decisão da Casa de Saúde São José, do Humaitá, de proibir a entrada de funcionários com celular, obrigando-os a deixar seus telefones no guarda-volumes, conforme foi noticiado pela imprensa, é uma medida ao mesmo tempo discriminatória e ineficaz. Discriminatória porque muito provavelmente ela atingirá os enfermeiros e funcionários de outros setores, mas poupará os médicos, que certamente alegarão prerrogativas profissionais para não se submeterem à regra. E ineficaz porque será impossível manter uma esquema rígido de controle 24 horas por dia que impeça o ingresso de celulares. O motivo alegado pela unidade é uma selfie tirada por um suposto funcionário fazendo gesto obsceno ao lado do diagnóstico do presidente do Vasco, Eurico Miranda, que ali esteve internado recentemente. Ora, se de fato isso ocorreu, cabe à direção da casa de saúde apurar o fato e punir o responsável, e não optar por um proibição sem pé nem cabeça.